32. CARIDADE FRATERNA
São Lucas, como sabeis, foi um dos quatro evangelistas; de médico se fez discípulo de Jesus e escreveu o Evangelho e os Atos dos Apóstolos. Ele conta nesse livro os mais diminutos particulares da Igreja nascente e, nos primeiros capítulos, diz que os primeiros cristãos eram um só coração e uma só alma: Multitudo credentium erat cor unum et anima uma, A multidão dos crentes era um só coração e uma só alma (At 4,32). De São João evangelista, São Jerônimo, em uma sua obra (In Gal., 6,10 - PL 26,433) refere isto: São João era já muito velho e tinha ficado quase cego: não podendo caminhar, era levado para as assembleias onde se reuniam os primeiros cristãos. Podeis imaginar facilmente quanta admiração tivessem todos por aquele velhinho venerando, o discípulo que Jesus tanto amava! Nessa época, João já velho e um tanto acabado, era carregado, com certeza, em alguma velha cadeira, e sempre recebido com alegria pelos fiéis, como agora acontece quando o Papa vem à Praça de São Pedro. Pois bem, os primeiros cristãos veneravam São João e, quando ele chegava ao meio deles, logo lhe pediam que dissesse alguma palavra de Jesus. E São João lhes repetia: 'Filhinhos meus, amai-vos uns aos outros'. E sempre repetia o mesmo. Depois de ouvir isso tantas vezes, cansados de escutar sempre as mesmas palavras, aqueles bons fiéis disseram um dia a São João: 'Mas, pai, por que nos dizes sempre a mesma coisa? Diz-nos alguma coisa mais!' E São João respondeu: 'Eu vos digo isto porque nisto está tudo! É o preceito do Senhor e, se alguém fizer isso, já fez quanto basta'. (Palavras dignas de um Apóstolo, comenta São Jerônimo). Amai-vos uns aos outros com um coração fraterno: na caridade de Jesus Cristo edificareis em Cristo e trabalhareis para a vossa salvação. - p. 79.
Nenhum comentário:
Postar um comentário