domingo, 7 de fevereiro de 2010

Circular do Diretor geral em nove dias



O ORIONITA SACERDOTE

Unidade de vocação e especificidade de ministério


Sexto dia: Prioridade da vocação religiosa
Don Inazio Terzi, que foi superior geral e profundo conhecedor de Don Orione, observou corretamente que “em Don Orione a vocação religiosa pessoal foi clara e precoce”, “poderíamos dizer, sem hesitar, que Dom Orione foi antes religioso” e que “ao indicar para os seus filhos o estado religioso, não apontava unicamente um meio como quê de reforço ou de maior potência interior” com respeito ao apostolado sacerdotal. [Ignazio Terzi, A nossa fisionomia na Igreja. Para um comentário às Constituições, Tortona 1984, p. 21-25.].

De fato, desde as origens da Pequena Obra da Divina Providência, o exercício do ministério sacerdotal, como expressão da primária vocação religiosa, realizado em sinergia com outros ministérios da caridade, para o cumprimento da missão típica e comum a todos os membros. Portanto “sacerdotes, clérigos, irmãos coadjutores, eremitas, mesmo tendo diferentes ministérios e diferentes mansões, nos sentimos uma única família” (Const 54). Dom Orione e os Confrades das primeiras gerações, as Constituições e a tradição, inclusive a mais recente da Congregação, reconhecem e vivenciam a prioridade vocacional da vida religiosa em relação ao ministério sacerdotal. Este é o modelo e o critério de renovação também nas mudadas condições de hoje. “Religioso” indica o status, é substantivo, e não adjetivo, do sacerdote. [Esse primado mostra sua evidência no itinerário formativo que prevê antes a inserção na vida religiosa e depois a recepção do ministério. Mesmo juridicamente, ocorre ser membros professos perpétuos da Congregação para poder ter acesso à ordenação que confere o munus/ministério sacerdotal.].

Ainda hoje, a Congregação deve organizar os próprios ministérios orientando-os de acordo com a finalidade carismática de “levar os pequenos, os pobres e o povo à Igreja e ao Papa, para ‘Instaurare omnia in Christo’, mediante as obras da caridade”. E devemos acrescentar “lá onde as necessidades são maiores e menos atendidas”, porque Dom Orione insiste “é para os pobres” a formulação oficial do nosso carisma. [“Fique, pois, bem determinado que esta Pequena Obra, confiada unicamente à infinita bondade e à ajuda da Divina Providência, querendo se conformar, da maneira mais perfeitamente possível, ao exemplo deixado pelo Filho de Deus, é para os pobres, nos quais vê e serve a Nosso Senhor Jesus Cristo, e quer ser fundada na humildade”. Assim está escrito no importante texto carismático-jurídico do Capítulo I das nossas Constituições do dia 22/07/1936 enviado ao abade Caronti, visitador apostólico; Scritti 59, 21; cfr A. Lanza, As Constituições da Pequena Obra da Divina Providência, Messaggi di Don Orione n.76, 1991.].
Esta imprescindível especificidade carismática do orionita sacerdote é “a nossa razão e forma de ser na Igreja”, é o nosso dom na Igreja comunhão. [E’ a Igreja que nos quer como devemos ser, orionitas, nós e as nossas paróquias, orionitas as nossas escolas, orionitas as nossas obras de caridade, orionitas os nossos lares e os nossos jovens! Orionitas! É para isso que existimos. O carisma é a razão e a modalidade pela qual existe a própria Congregação. “É vantajoso para a mesma Igreja que os Institutos unam sua particular fisionomia e unam sua particular função ”(Perfectae caritatis 2). “A comunhão na Igreja não é, de fato, uniformidade, mas dom do Espírito que passa através da variedade dos carismas e dos estados de vida. Eles serão tanto mais úteis à Igreja à sua missão, quanto maior for o seu respeito pela própria identidade” (Vita consacrata 4)].

Evidentemente o nosso ministério sacerdotal de orionitas, tanto nas paróquias como nas obras, se desenvolverá em colaboração com a Igreja local, com o Bispo e com o clero diocesano, mas tendo presente que, em toda Igreja local, é o clero diocesano que possui o específico carisma de governo e de serviço pastoral no território. Julgo contraditório dar ouvidos a alguns que, em nome da eclesialidade do carisma orionita justificam a renúncia a apresentar a própria identidade e pertença congregacional ou a limitam a coisa individual e ideal. Não, a nossa identidade – expressa também no apostolado e não só na espiritualidade – não representa nenhuma falta à comunhão eclesial, pelo contrário, é um dom. [Cfr acima na nota precedente. O convite à fidelidade e à própria identidade, como dom à Igreja foi destacado e valorizado pelo Papa João Paulo II: “Posto que «resulta em vantagem para a Igreja que os Institutos conservem sua própria fisionomia e a sua própria função» (Perfectae caritatis 2) eu vos animo, irmãs e irmãos caríssimos, a prosseguir nessa estrada, resistindo a toda tentação de conformismo…”; Carta no 50° da morte de Dom Orione, «L'Osservatore Romano», 12-13 de março de 1990, p. 4.].

(Leia amanhã o Sétimo dia: Os três aspectos do serviço do ministério sacerdotal na vida religiosa)


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