PASTORAL VOCACIONAL
Fragilidades e Respostas Vocacionais na Formação Inicial e Permanente
O Pai eterno é por excelência o formador e vai formando cada Ser Humano que se abre à formação tanto inicial quanto a permanente.
Ser feliz, sentir-se bem na opção de vida, realizar-se profissionalmente, são objetivos claros e óbvios para todo ser humano. Em relação a nós religiosos, religiosas, sacerdotes e outros vocacionados, acredita-se que há bons e santos objetivos, às vezes tão gerais, que se perdem. Mas objetivos são necessários na caminhada formativa, tanto na fase inicial quanto na fase permanente; eis nosso grande objetivo: “Verdadeiramente a vida consagrada constitui memória viva da forma de existir e atrair de Jesus, como Verbo encarnado, ao Pai e aos irmãos. Aquela é Tradição vivente da vida e da mensagem do Salvador”. (nº 22. Vita Consecrata).
Hoje, enquanto Equipe Formativa, somos um corpo constituído de membros diferenciados, embasados em objetivos gerais e específicos a serviço de uma vocação específica tão cara à Igreja: a Vida Consagrada e a Vida Sacerdotal. Diante de um cenário multiforme que é o formativo, no qual todas as informações devem tornar-se matéria formativa, a Cristologia deve adquirir espaço privilegiado, sendo contemplada em uma visão trinitária.
O Pai eterno nos convoca e nos ensina a permanecer no Filho Jesus Cristo: “Pemanece conosco, pois cai a tarde e o dia já declina” (Lc 24,29). O Espírito Santo agirá como dinamizador na equipe, considerando a predisposição, a liberdade e a consciência tanto da equipe formativa quanto do formando. “Então seus olhos se abriram e O reconheceram”... (Lc, 24,31a.). Esta deve ser uma conclusão óbvia sem pretensão de julgamento, mas se constata que é urgente e se faz necessário trabalharmos bem a formação permanente como processo de configuração da nossa vida à vida de Jesus Cristo.
Assim estaremos possibilitando acontecer a formação inicial de forma mais natural porque os formandos
estarão vendo e identificando os grandes valores da Vida Consagrada nos próprios religiosos, religiosas e sacerdotes. Caso contrário vai estar acontecendo o grande abismo entre objetivos gerais transmitidos como teoria aos aspirantes, postulantes, noviços e a realidade de vida na Congregação arrastando os formandos para longe desses objetivos etc. A formação permanente deve ser concebida mais do que continuação da formação inicial prolongada. Ela tem por objetivo manter a pessoa em um processo de transformação, livre e consciente. “Deve formar antes a disponibilidade inteligente e responsável em relação à sua própria formação, e depois solicitar, nele, a liberdade de deixar-se educar e formar pela vida e por toda a vida, em todo lugar e através do ministério de todo dia, com qualquer pessoa ao lado e graças a toda mediação. Somente então é formação realmente permanente”. (Amedeo Cencini – Árvore da Vida – Paulinas, p. 52). Sendo assim na esperança de sermos sinais de Cristo Bom Pastor para o mundo de hoje e em comunhão e oração com toda a Igreja no Brasil rezemos pelos bons e santos frutos do 3º Congresso Vocacional do Brasil, realizado nos dias 03 a 07 de setembro de 2010, em Itaici, Indaiatuba, SP, com o Tema: Discípulos missionários a serviço das Vocações e o Lema: “Ide, pois, fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28, 19). O 3º Congresso Vocacional, a exemplo dos precedentes, é a expressão e celebração da caminhada vocacional da Igreja no Brasil e deseja aprofundar o tema do discipulado e da missionaridade na perspectiva da animação vocacional em vista da evangelização na construção do Reino de Deus.
E a nossa Pastoral Vocacional Orionita se fundamenta na compaixão de Jesus pela messe abandonada, como ovelhas sem pastor. Da compaixão brota a oração e se manifesta a urgência da missão que nos impele a um zelo e ardor pelo trabalho como animador vocacional, assim como fez e nos deixou como herança nosso pai fundador São Luís Orione. Como animadores vocacionais, devemos promover uma “pedagogia do encontro” que desperte e forme autênticos discípulos missionários. Pois “conhecer Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-Lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-Lo conhecido com nossa palavra e obras é a nossa missão e alegria”. (Doc. A. nº 29).
Padre Celmo Coelho, Diretor do Instituto Teológico Dom Orione / Cotia-SP
cl. Osvaldir Ribeiro Mendes, Estudante do 2º ano de Teologia e Formador Núcleo Vocacional Padre José Rosin / Cotia-SP
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