"Santa Terezinha do Menino quando estava para receber o hábito religioso no Mosteiro das Irmãs Carmelitas, aos 16 anos de idade desejou que naquele dia a natureza se vestisse de neve, assim como ela se vestiria.
Quando eu li a sua história, pensei: era uma “louca”, gostava tanto do frio.
Podia ser também que queria fazer algum sacrifício. Não havia nenhum tipo de aquecimento nas casas.
Engano meu: a neve é bonita demais. Ela veste de branco os campos, as casas, as árvores, mas de um branco muito mais branco do que qualquer tinta branca ou papel branco possa apresentar. Um branco luminoso como nem o algodão representa. Só Deus pode fazer um branco tão branco (penso na transfiguração de Jesus diante dos discípulos).
Terezinha queria um dia especial para a sua vestição, um dia de Deus. E o teve. A natureza vestiu-se de branco. Diz ela: “A espera foi longa, mas também, que bela festa! Não faltou nada, nem mesmo a neve... Não sei se eu lhe havia falado do meu amor pela neve? Quando eu era muito pequena, a brancura da neve me extasiava; um dos maiores prazeres era passear sob da neve que caía. De onde me vinha aquele gosto pela neve? Talvez pelo fato de que, sendo eu uma florzinha do inverno *(nasceu dia um de janeiro – tempo de inverno),* o primeiro esplendor da natureza que meus olhos viram deve ter sido o seu manto branco. Sempre desejei que no dia da minha vestição a natureza fosse como eu, vestida de branco. Um dia antes eu olhava tristemente para o céu cinzento do qual de vez em quando caia um pouco de chuva fina, e a temperatura era tão suave que eu não esperava mais a neve. Na manhã seguinte, o céu não havia mudado; no entanto a festa foi encantadora, e flor mais bela foi o meu caro Rei *(papai*). Nunca esteve tão belo antes, mais digno. Foi a admiração de todos, aquele dia foi o seu triunfo, a última festa aqui na terra. Tinha dado todos os seus filhos ao bom Deus, pois tendo também Celina confidenciado a ele a própria vocação, ele chorou de alegria e foi agradecer Àquele que “lhe dava a honra de pegar (receber) todas as suas filhas”(*Todas as cinco filhas foram freiras).**
*“No final da **cerimônia o Bispo entoou o Te Deum *(hino de ação degraças),* um sacerdote procurou fazer entender que aquele hino deveria ser cantado somente nas profissões religiosas, mas enfim já havia começado, e o cântico de agradecimento continuou até o fim. Não deveria ser completa aquela festa, uma vez que ela supunha todas as outras? **Depois de ter abraçado uma
última vez o meu caro Rei, entrei para a clausura, e a primeira coisa que vi na clausura foi “o meu Menino Jesus rosa” que sorria para mim no meio das flores e luzes, e depois, logo ao olhar pela janela reparei que caia neve: o pátio estava branco como eu. Que delicadeza de Jesus! Prevendo os desejos de sua enamorada, a presenteava com a neve... tanta neve!” (Do livro História de uma Alma, números 203 e 204)*
O mês de Março já não é mais mês para se esperar neve na Itália. Mas hoje (10 de março de 2010) eu também tive esta graça. O pátio foi vestido de branco.
Eu ofereço este dia para a Missão de Dom Orione em Moçambique. É muito quente do ponto de vista climático. Quero pensar no dia resplandecente de hoje como um dia de graça para tantos que precisam da graça de Deus, como Terezinha pediu a Jesus naquele 10 de janeiro de 1889. (Terezinha aos 16 anos de idade. D. Orione também com 16 anos de idade, neste ano entrava no
seminário da Diocese).
Quero pensar na graça de Deus para tantos casais que sofrem por não ter as condições ideais para educar os seus filhos.
Quero pensar na graça de Deus para a mulher moçambicana que sofre muitas vezes por ter que sustentar a família quase sozinha porque falta o apoio do marido porque está longe ou porque mesmo perto não cumpre o papel do bom pai e bom esposo (antes de ontem, dia 8 de março, foi o Dia Internacional da Mulher).
Quero pensar na graça de Deus para a juventude e as crianças moçambicanas (meus Deus, quanta criança e quanta juventude!) sem escola, sem trabalho.... Dom Orione dizia que as crianças, a juventude, são o sol ou a tempestade do amanhã. Sim, e nós faremos tudo o que pudermos para que sejam o sol: escolas, centros educacionais, todos os recursos possíveis para ajudá-las a desenvolverem-se para que sejam sol.
Quero pensar na graça de Deus a iluminar os responsáveis pela saúde: quantos morrem cedo simplesmente pela falta de prevenção, pela falta de cuidados médicos...
Quero pensar no dia brilhante de hoje e encomendar a Deus a sua graça para fazer brilhar nos olhos, na mente, no coração de cada moçambicano o conceito de fraternidade, de amor ao próximo, de respeito aos menos favorecidos.
Sem a fé não podemos nada. Assim como vestistes de branco hoje Senhor, os campos de Montebello, de Tortona, de Roma, te peço que vista Moçambique de branco: do branco da clareza do que queremos para o futuro das crianças, dos jovens, das famílias; do branco da clareza de como queremos transmitir a fé aos teus filhos. Cada filho teu deve merecer e receber o seu amor. Faz-nos instrumento para esta missão. Louvemos ao Senhor."
Montebello della Bataglia, 10/03/2010 - Pe. José Geraldo, orionita.
Quando eu li a sua história, pensei: era uma “louca”, gostava tanto do frio.
Podia ser também que queria fazer algum sacrifício. Não havia nenhum tipo de aquecimento nas casas.
Engano meu: a neve é bonita demais. Ela veste de branco os campos, as casas, as árvores, mas de um branco muito mais branco do que qualquer tinta branca ou papel branco possa apresentar. Um branco luminoso como nem o algodão representa. Só Deus pode fazer um branco tão branco (penso na transfiguração de Jesus diante dos discípulos).
Terezinha queria um dia especial para a sua vestição, um dia de Deus. E o teve. A natureza vestiu-se de branco. Diz ela: “A espera foi longa, mas também, que bela festa! Não faltou nada, nem mesmo a neve... Não sei se eu lhe havia falado do meu amor pela neve? Quando eu era muito pequena, a brancura da neve me extasiava; um dos maiores prazeres era passear sob da neve que caía. De onde me vinha aquele gosto pela neve? Talvez pelo fato de que, sendo eu uma florzinha do inverno *(nasceu dia um de janeiro – tempo de inverno),* o primeiro esplendor da natureza que meus olhos viram deve ter sido o seu manto branco. Sempre desejei que no dia da minha vestição a natureza fosse como eu, vestida de branco. Um dia antes eu olhava tristemente para o céu cinzento do qual de vez em quando caia um pouco de chuva fina, e a temperatura era tão suave que eu não esperava mais a neve. Na manhã seguinte, o céu não havia mudado; no entanto a festa foi encantadora, e flor mais bela foi o meu caro Rei *(papai*). Nunca esteve tão belo antes, mais digno. Foi a admiração de todos, aquele dia foi o seu triunfo, a última festa aqui na terra. Tinha dado todos os seus filhos ao bom Deus, pois tendo também Celina confidenciado a ele a própria vocação, ele chorou de alegria e foi agradecer Àquele que “lhe dava a honra de pegar (receber) todas as suas filhas”(*Todas as cinco filhas foram freiras).**
*“No final da **cerimônia o Bispo entoou o Te Deum *(hino de ação degraças),* um sacerdote procurou fazer entender que aquele hino deveria ser cantado somente nas profissões religiosas, mas enfim já havia começado, e o cântico de agradecimento continuou até o fim. Não deveria ser completa aquela festa, uma vez que ela supunha todas as outras? **Depois de ter abraçado uma
última vez o meu caro Rei, entrei para a clausura, e a primeira coisa que vi na clausura foi “o meu Menino Jesus rosa” que sorria para mim no meio das flores e luzes, e depois, logo ao olhar pela janela reparei que caia neve: o pátio estava branco como eu. Que delicadeza de Jesus! Prevendo os desejos de sua enamorada, a presenteava com a neve... tanta neve!” (Do livro História de uma Alma, números 203 e 204)*
O mês de Março já não é mais mês para se esperar neve na Itália. Mas hoje (10 de março de 2010) eu também tive esta graça. O pátio foi vestido de branco.
Eu ofereço este dia para a Missão de Dom Orione em Moçambique. É muito quente do ponto de vista climático. Quero pensar no dia resplandecente de hoje como um dia de graça para tantos que precisam da graça de Deus, como Terezinha pediu a Jesus naquele 10 de janeiro de 1889. (Terezinha aos 16 anos de idade. D. Orione também com 16 anos de idade, neste ano entrava no
seminário da Diocese).
Quero pensar na graça de Deus para tantos casais que sofrem por não ter as condições ideais para educar os seus filhos.
Quero pensar na graça de Deus para a mulher moçambicana que sofre muitas vezes por ter que sustentar a família quase sozinha porque falta o apoio do marido porque está longe ou porque mesmo perto não cumpre o papel do bom pai e bom esposo (antes de ontem, dia 8 de março, foi o Dia Internacional da Mulher).
Quero pensar na graça de Deus para a juventude e as crianças moçambicanas (meus Deus, quanta criança e quanta juventude!) sem escola, sem trabalho.... Dom Orione dizia que as crianças, a juventude, são o sol ou a tempestade do amanhã. Sim, e nós faremos tudo o que pudermos para que sejam o sol: escolas, centros educacionais, todos os recursos possíveis para ajudá-las a desenvolverem-se para que sejam sol.
Quero pensar na graça de Deus a iluminar os responsáveis pela saúde: quantos morrem cedo simplesmente pela falta de prevenção, pela falta de cuidados médicos...
Quero pensar no dia brilhante de hoje e encomendar a Deus a sua graça para fazer brilhar nos olhos, na mente, no coração de cada moçambicano o conceito de fraternidade, de amor ao próximo, de respeito aos menos favorecidos.
Sem a fé não podemos nada. Assim como vestistes de branco hoje Senhor, os campos de Montebello, de Tortona, de Roma, te peço que vista Moçambique de branco: do branco da clareza do que queremos para o futuro das crianças, dos jovens, das famílias; do branco da clareza de como queremos transmitir a fé aos teus filhos. Cada filho teu deve merecer e receber o seu amor. Faz-nos instrumento para esta missão. Louvemos ao Senhor."
Montebello della Bataglia, 10/03/2010 - Pe. José Geraldo, orionita.
Um comentário:
maravilha de texto!
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