segunda-feira, 5 de julho de 2010

DO DIRETOR GERAL

IRMÃ MARIA PLAUTILLA, VENERÁVEL
DOM RAYMOND AHOUA, BISPO

Bonoua, 2 de julho de 2010

Caríssimos Confrades, Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade
e Leigos da Família Orionita

Deo gratias!
Ao chegar nas terras africanas para participar da ordenação episcopal do nosso confrade Dom Raymond Ahoua, a primeira notícia que recebi foi dada por Pe. Giuseppe Vallauri que me comunicou: “Irmã Plautilla é Venerável. O decreto foi publicado”.
De fato, ontem de manhã, 1° de julho, o Santo Padre Bento XVI autorizou a Congregação para a Causa dos Santos a promulgar o decreto que reconhece as virtudes heróicas da Serva de Deus Maria Plautilla (de nome civil, Lúcia Cavallo), religiosa professa da Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade, que nasceu em Roata Chiusani no dia 18 de novembro de 1913 e morreu em Genova no dia 5 de outubro de 1947.

É uma grande alegria para a nossa Família Orionita que vê a suprema Autoridade da Igreja reconhecer um outro fruto eminente da escola de santidade fundada por São Luís Orione em Tortona e no mundo.
Ao exprimir comunhão e satisfação à Madre Maria Irene Bizzotto, Superiora Geral, e a todas as Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade, o primeiro comentário foi: “Viva! Deus exalta os humildes. É uma mensagem para todos nós”. No caso de Irmã Maria Plautilla é exaltada uma pessoa humilde, uma irmã “como tantas outras” formadas por Dom Orione: totalmente para o Senhor, totalmente coração e generosidade, humilde, simples, pobre, totalmente dedicada à oração, trabalho e vontade de Deus, uma Irmã que traduziu na prática o que queria dizer o Fundador com a expressão “espiritualidade do trapo” e “das mangas arregaçadas”.

Alguma Irmã e algum Confrade ficaram surpresos ao saber que na apresentação da candidatura para a beatificação de Irmã Maria Plautilla estivesse escrito que “não fez nada de especial”. Não teve cargos de liderança, não manifestou dons humanos excelentes, escreveu pouquíssimo e com uma certa fadiga. Durante a sua vida, não deixou nada escrito, nem nas pequenas crônicas dos nosso boletins e nem nas revistas da Congregação; não foi fácil encontrar alguma foto sua. Único fato que todos conhecem foi o seu gesto espontâneo de salvar uma “filhinha”, doente mental, que subiu na beirada de uma janela. Logo depois daquele esforço a sua saúde, já grave, ficou mais comprometida ainda e teve a sua definitiva queda.

A marca deste gesto, que a todos pareceu heróico, fez com que se intuísse e, sucessivamente, se descobrisse a vida de grande heroísmo desta jovem Irmã, falecida aos 33 anos de idade, que serviu num Pequeno Cotolengo onde permaneceu recolhida na normalidade da sua vida como Pequena Irmã Missionária da Caridade.

O reconhecimento da heroicidade das virtudes de Ir. Maria Plautilla será, sem dúvida, um ulterior motivo de estímulo e de conforto para tantas Irmãs e religiosos, simples e totalmente de Deus, em considerar preciosa a sua vocação e “venerável” a sua vida consagrada a Deus, na dedicação total às obras de caridade e à caridade (ou seja, Deus) das obras.

Como não ver plenamente aplicáveis a Ir. Maria Plautilla o que o Papa Bento XVI disse sobre Dom Orione durante a sua recente visita à Madonnina de Monte Mário (Roma), em 24 de junho! “Dom Orione – disse o Papa – viveu de modo lúcido e apaixonado a tarefa da Igreja, de viver o amor para fazer entrar no mundo a luz de Deus (cf. Deus caritas est, 39). Deixou esta missão aos seus discípulos, como caminho espiritual e apostólico, convencido de que "a caridade abre os olhos para a fé e aquece os corações de amor a Deus". Caros Filhos da Providência Divina, continuai ao longo deste sulco carismático por ele traçado porque, como ele dizia, "a caridade é a melhor apologia da fé católica", "a caridade conquista, a caridade move, leva à fé e à esperança" (Actas, 26.11.1930, pág. 95).

A alegria de denominar Ir. Maria Plautilla “venerável” se transforme na alegria de denominar e viver como “venerável” a nossa vida religiosa na Pequena Obra. Com os muitos limites, misérias e cruzes, mas “venerável”.

É inevitável, para mim, unir este tributo de honra a Ir. Maria Plautilla ao evento que motivou a minha vinda na terra da África: a consagração episcopal do nosso confrade Raymond Ahoua.
Raymond, é um filho de Família, crescido em nossa casa, na Paróquia de Bonoua, na Escola Profissionalizante, no noviciado de Velletri, em Tortona onde eu o acompanhei como aluno, e depois em Anyama, Bonoua e Nairobi, na vida quotidiana e no ministério que a Congregação vive na sua missão entre os pobres. Um de nós. Poderia dizer, como já disse para Ir. Maria Plautilla, que também Raymond, agora escolhido como Bispo e colocado sobre o candelabro para a sua gente, é um religioso “como tantos outros”. Oferece a sua humanidade à ação de Deus, para ser “sempre como uma expressão tangível do amor providente de Deus." Para fazer isto - recorda Dom Orione – é necessário ser “imbuído pela caridade suavíssima de nosso Senhor” mediante uma vida espiritual autêntica e santa” (Bento XVI, discurso aos pés da Madonnina de Monte Mario).

Concluo, caros filhos e filhas de Dom Orione: mantenhamos em alto nível a consciência da nossa vocação e também do nosso empenho em “reavivar o dom de Deus que está em nós” (cf 2Tm 1,6). Se das nossas fileiras saíram uma “venerável” e um “bispo” significa que estamos percorrendo um caminho bom e santo: Ave Maria e avante!

A todos a minha cordial saudação e desejo de todo o bem. Asseguro para todos a minha oração.

P. Flávio Peloso

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