2. O Hino da cariDADE.
(...) O Evangelho ensina que não podemos ter paz com Deus se estamos em discórdia com o próximo, e São João escreveu: "Não amas a Deus que não vês, se tu não amas o irmão que vês".
(...) O Evangelho ensina que não podemos ter paz com Deus se estamos em discórdia com o próximo, e São João escreveu: "Não amas a Deus que não vês, se tu não amas o irmão que vês".
A caridade é o mandamento próprio de Cristo; ele disse: "Nisto reconhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros". Não há nada mais caro ao Senhor, do que a caridade para com o próximo e especialmente para com as almas. Almas e Almas!
Oh! a caridade de São Francisco de Assis, que foi todo seráfico no ardor! Oh! a caridade que abrasava o coração de São Vicente de Paulo e de São José Cotolengo, o pai dos sofredores! Deus é caridade, e quem vive na caridade, vive em Deus. A caridade nos edifica e unifica em Cristo, a caridade é paciente e benigna, é suave e forte, é humilde, iluminada e prudente, ela tem compaixão com os defeitos alheios, exulta com o bem dos outros, põe sua felicidade em fazer o bem a todos, inclusive aos inimigos, ela se faz tudo para todos, é onipotente e triunfa sobre todas as coisas.
Um dia Jesus, chamando os eleitos para sua direita, dir-lhes-á: “Vinde, benditos do meu Pai, pois tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, eu estava nu e me vestistes, eu era órfão e me acolhestes”.
Maravilhados com esses elogios, eles perguntarão: “Senhor, quando foi que te fizemos tudo isso?” Cristo responderá: “Tudo o que fizestes aos meus pobrezinhos e pequeninos por amor de mim, foi a mim que o fizestes”. Nosso Deus é um Deus apaixonado de amor, Deus nos ama mais de quanto um pai possa amar ao seu próprio filho; Cristo nosso Deus não hesitou em se sacrificar por amor da humanidade.
No mais miserável dos homens brilha a imagem de Deus. Quem dá ao pobre, dá a Deus e terá da mão de Deus a recompensa. Oh! Mande-nos a Providência os homens da caridade! Como um dia, das pedras tirou Deus os filhos de Abraão, assim suscite uma legião e um exército, o exército da caridade, que encha de amor os sulcos da terra repletos de egoísmo, de ódio, e conceda, finalmente, a paz à aflita humanidade.
Demais já nos temos odiado – até o poeta Carducci o reconheceu - amemo-nos.
Sejamos os apóstolos da caridade, dominemos nossas paixões, alegremo-nos com o bem dos outros como sendo bem nosso; no céu será exatamente assim, como nos faz ver o próprio Dante com a sua sublime poesia. Sejamos apóstolos da caridade, do amor puro, amor alto e universal, façamos reinar a caridade com a delicadeza do coração, compadecendo-nos e ajudando-nos uns aos outros, dando-nos as mãos e caminhando juntos. Semeemos a mãos largas, a cada nosso passo, obras de bondade e de amor, enxuguemos as lágrimas de quem chora. Sintamos, ó irmãos, o grito angustiado de tantos nossos irmãos, que sofrem e suspiram por Cristo; vamos ao encontro deles como bons Samaritanos, sirvamos à verdade, à Igreja e à Pátria na caridade.
Fazer o bem a todos, fazer o bem sempre, o mal, nunca, a ninguém. (São Luís Orione, Lettere II. 327 ss)
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