terça-feira, 1 de novembro de 2011

O Papa em Assis


 O Papa em Assis: 

“A luta pela paz deve estimular de modo novo todos nós!”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Vinte e cinco anos depois da primeira convocação do Beato João Paulo II, dos representantes das religiões de todo o mundo em Assis, para rezar pela paz, “Infelizmente, não podemos dizer que desde então a situação se caracterize por liberdade e paz”. É a constatação expressa pelo Santo Padre Bento XVI em seu discurso pronunciado na Basílica de Santa Maria dos Anjos, na manhã de 27 de outubro, após a comemoração dos precedentes encontros e o aprofundamento do tema da Jornada, “Peregrinos da Verdade, peregrinos da paz”. “O mundo está, infelizmente, cheio de discórdias – prosseguiu o Papa. E não é somente o fato de haver, em vários lugares, guerras que se reacendem repetidamente; a violência como tal está potencialmente sempre presente e caracteriza a condição do nosso mundo. A liberdade é um grande bem. Mas o mundo da liberdade revelou-se, em grande medida, sem orientação, e não poucos entendem, erradamente, a liberdade também como liberdade para a violência. A discórdia assume novas e assustadoras fisionomias e a luta pela paz deve-nos estimular a todos de um modo novo”. 
O Papa Bento XVI identificou “duas tipologias diferentes de novas formas de violência”. Primeiramente temos o terrorismo, frequentemente “com motivação religiosa” e “precisamente o carácter religioso dos ataques serve como justificação para esta crueldade monstruosa, que crê poder anular as regras do direito por causa do «bem» pretendido. Aqui a religião não está ao serviço da paz, mas da justificação da violência”. 
Em seguida, o Papa evidenciou que “na história, também se recorreu à violência em nome da fé cristã... Mas, sem sombra de dúvida, tratou-se de um uso abusivo da fé cristã, em contraste evidente com a sua verdadeira natureza. Irmãos e irmãs entre si constituem uma única família. Há uma segunda tipologia de violência, de aspecto multiforme, que possui uma motivação exactamente oposta: é a consequência da ausência de Deus, da sua negação e da perda de humanidade que resulta disso... o ‘não’ a Deus produziu crueldade e uma violência sem medida, que foi possível só porque o homem deixara de reconhecer qualquer norma e juiz superior, mas tomava por norma somente a si mesmo”.
Ao lado destas duas realidades, existem também “pessoas às quais não foi concedido o dom de poder crer e todavia procuram a verdade, estão à procura de Deus”... “Estas pessoas procuram a verdade, procuram o verdadeiro Deus, cuja imagem não raramente fica escondida nas religiões, devido ao modo como eventualmente são praticadas”. Enfim, o Santo Padre assegurou “que a Igreja Católica não desistirá da luta contra a violência, do seu compromisso pela paz no mundo”. 
À tarde, na praça inferior da Basílica de São Francisco, houve o encontro conclusivo da Jornada, com a renovação solene do Compromisso comum pela paz. O empenho manifestado por doze delegados que tomaram a palavra foi reafirmado pelas palavras finais do Papa: “Chega de violência! Chega de guerras! Chega de terrorismo!! Em nome de Deus, que cada religião traga à terra Justiça e Paz, Perdão e Vida, Amor!”. (SL) (Agência Fides 28/10/2011)

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