quarta-feira, 23 de março de 2011

igário apostólico de Trípoli afirma que “Kadhafi não cederá”

‘PAX CHRISTI’ SOBRE LÍBIA: NÃO TENTARAM TODAS AS VIAS DIPLOMÁTICAS


Vigário apostólico de Trípoli afirma que assim “Kadhafi não cederá”

ROMA, terça-feira, 22 de março de 2011 (ZENIT.org) - "Constatamos que houve ausência de política e pressa em recorrer à guerra": esta é a visão de ‘Pax Christi' sobre a intervenção das forças da ONU na Líbia, de acordo com uma nota assinada pelo seu presidente, Dom Giovanni Giudici, bispo de Pavia.
"É evidente - diz a nota, que foi divulgada ontem - que não implementaram todas as medidas diplomáticas, não foram colocadas em jogo todas as possíveis formas de intervenção." A opinião pública, pede ‘Pax Christi', "deve estar ciente disso e deve pedir uma mudança na gestão da política internacional".
"O coronel Kadhafi já estava em guerra com sua gente quando era nosso aliado e amigo", recorda a organização, que há muito tempo denunciava "a conveniência de quem, Itália à cabeça, deu-lhe uma enorme quantidade de armas, sem dizer nada, nem após a sua visita à Itália, sobre os direitos humanos violados na Líbia, sobre o destino trágico das vítimas das expulsões, sobre aqueles que morrem no deserto ou em prisões líbias".
"Não queremos nos render à lógica das armas", afirma ‘Pax Christi'. E se, na Líbia, sublinhou Dom Giudici na ‘Rádio Vaticano', existia "um problema de controle de uma violência não só absolutamente injustificada, mas também fratricida", as consequências da intervenção armada "são sempre dolorosas".
"Nós não podemos aceitar - afirma a nota - que os conflitos se transformem em uma guerra", senão que é preciso manter "o debate sobre a ação militar, para limitá-la o máximo possível e acompanhá-la com sérias tentativas de mediação".
vigário Apostólico de Trípoli
(comboniano)
Para ‘Pax Christi', recorre-se facilmente às armas devido à "falta de uma política internacional que garanta o direito dos povos à autodeterminação".
A organização também está preocupada pela leitura fácil que pode se fazer de um ataque das forças ocidentais a um país de cultura muçulmana: "Trabalhemos em cada área passível de confronto e diálogo - diz a nota -, fazendo todos os esforços para assegurar que o ataque atual não se torne também uma guerra de religião".
Também recorda as palavras de João Paulo II, "que, por muitos anos e sem meios-termos, falou de fenômenos contemporâneos como ‘aventura sem retorno, espiral de luto e de violência, abismo do mal, suicídio da humanidade, tragédia humana e catástrofe religiosa'".
"Kadhafi não cederá"
Por sua vez, o vigário apostólico de Trípoli apresentou, em declarações à agência ‘Fides' hoje, sua perplexidade diante dos últimos acontecimentos.
"Eu não vejo aonde tudo isso poderá nos levar. É possível que não se entenda que as bombas não resolvem nada? Mais uma vez, peço que se busque uma solução diplomática, talvez através da mediação de algum líder africano."
"Aqueles que promoveram esta guerra têm de entender que Kadhafi não cederá. Corre-se o risco de criar uma longa crise de resultados incertos", concluiu o prelado.

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