Considerações de um missionário brasileiro em terras indianas
Bangalore, 12 de março de 2009
Festa de São Luis Orione
Introdução
Já se contam sete dias desde que cheguei à Índia para um período de experiência missionária de dois anos. Depois de uma longa viagem com mais de vinte horas de duração desde São Paulo até Bangalore, com uma escala em Paris, só agora tenho me adaptado ao fuso horário de oito horas de diferença com relação à Brasília. Durante o vôo, olhando a imensidão do mundo, lembrei-me daquele sonho de Dom Orione onde todos os povos e raças estavam unidos debaixo da proteção de Maria. Aqui chegando, deparei-me com uma cena similar. A Índia é uma sociedade tão pluralista, multilingue e multi-étnica que chegou a me assustar. Diante dela não poderia encontrar outra palavra para descrever o que senti senão “desafio”, pois uma honesta compreensão de sua complexidade exigiria um mergulho de corpo e alma na cultura deste povo. Porém, ainda assim, me proponho a algumas breves considerações sobre ela a fim de ilustrar um pouco esta realidade com a qual me deparei e que desafia a todos aqueles que por aqui ousam se aventurar.
O mundo é plano
Antes de iniciar, todavia, quero falar sobre um tema que a princípio pode parecer não ter nenhuma ligação com minha missão em terras indianas: a teoria do mundo plano. Em seu livro “O mundo é plano” o escritor Thomas Friedman descreve de forma objetiva as mudanças que vem ocorrendo no mundo atualmente, especialmente no que diz respeito ao progresso tecnológico da última década que reduziu bastante a distancia entre os indivíduos mundo afora. Segundo o autor, a tecnologia (leia-se internet) possibilitou um novo modo de produção com muita colaboração de conhecimento e a partir de novos fluxos de trabalho a distância que reduziram custos e incluíram povos até então excluídos do capitalismo tradicional no novo mundo tecno-capitalista. Porém, não é isso o que nos interessa, o que importa saber é que Bangalore é a vedete deste tal mundo plano, o que explicarei logo adiante.
A Índia
Juntamente com Brasil, Rússia e China, a Índia compõe o que os capitalistas costumam chamar de “BRIC´s”, iniciais destes que são os países emergentes que mais crescem no mundo hoje. Começar com esta comparação é importante para salientar que ainda que a Índia seja uma terra de prosperidade com um nível de crescimento econômico que beira os dois dígitos, a maioria de sua população ainda vive na miséria e sofre de má nutrição e analfabetismo. Em outras palavras, este crescimento econômico que fez da Índia a décima segunda economia do mundo em termos de caixa de câmbio de mercado promove a exclusão e a desigualdade tal como acontece no Brasil, ainda que em terras tupiniquins seja bem menos alarmante. Este largo crescimento econômico, segundo Thomas Friedman, fez com que a Índia se tornasse “para a cadeia mundial de fornecimento de conhecimento e serviços o que a China e Taiwan são para a de manufaturas”, ou seja, aqui se concentram mais prestadoras de serviços do que fábricas propriamente ditas. E nesta perspectiva de exportação não só de produtos, mas também de serviços que vem marcando uma nova era na economia global, que passo a falar sobre a cidade que me acolhe, Bangalore.
A cidade de Bangalore
Bangalore é a capital e maior cidade do estado de Karnataka, ao sul da Índia. Tem cerca de seis milhões de habitantes, o que faz dela uma cidade mediana num contexto de mais de um bilhão de indianos. Nos últimos anos Bangalore tem passado por um forte crescimento, ainda que um tanto desordenado. Por todo lado vêem-se prédios e condomínios em construção. Muitos deles em locais aonde nem sequer o asfalto chegou e a vizinhança não passa de muitos casebres rodeados por lixões onde as vacas pastam e se alimentam. É conhecida como “vale do silício” indiano por abrigar centenas de empresas de alta tecnologia, dentre as quais se destaca a Infosys, a Microsoft local, que alcança todo ano mais de um bilhão de dólares em faturamento. Boa parte dos chips dos celulares usados pelos brasileiros são fabricados aqui e com certeza quem viaja de avião já teve sua bagagem rastreada por uma empresa de Bangalore, ainda que a companhia aérea não tenha vôos para cá.
Bangalore e o mundo plano
No quadro de desenvolvimento da Índia Bangalore encontra um lugar especial. O fenômeno ocorrido aqui é chamado de “o milagre de Bangalore”. Com o advento da internet e das redes de informação entre as varias empresas do mundo houve uma convergência: hoje é possível trabalhar para uma empresa dos EUA, prestando serviço aos americanos, estando aqui na Índia. Como exemplo, estima-se que cerca de 400 mil declarações de imposto de renda de americanos foram feitas na Índia em 2005. Os advogados americanos acabam focando em serviços de maior valor agregado, pois a parte mais braçal está sendo terceirizada. Bangalore abriga ainda inúmeras empresas prestadoras de serviço para diversos países. Cerca de 245 mil indianos atendem ligações de todas as partes do mundo em firmas de call Center. Esses são alguns exemplos que ilustram a tese de que o mundo hoje é plano. Não há mais “distância” que não possa ser superada. A tendência mundial, segundo Friedman, é que tudo estará mais próximo e a cada dia que passa os seres humanos vão ficando mais iguais.
Dom Orione na Índia
Nossa presença em Bangalore remonta a seis anos. Neste primeiro momento, a missão orionita aqui consiste em trabalhar pela seara vocacional. Existem centenas de congregações religiosas na Índia e aquelas que conseguem ordenar seus primeiros padres nativos ganham uma grande vantagem em relação às demais porque podem começar a trabalhar na pastoral paroquial. O fato é que não se pode ter uma paróquia na Índia sem falar um dos tantos idiomas locais. Somente o inglês não basta. Para se ter uma idéia da babel que é a índia, são vinte e oito idiomas oficiais. Aqui em Bangalore se fala pelo menos quatro línguas contando o inglês. Por isso, é imprescindível ter um padre indiano. E nós já estamos perto de alcançar esta graça. Temos hoje 19 aspirantes, 4 postulantes, 1 noviço, 4 filósofos, 2 tirocinantes e 3 teólogos. Mas não é só o número que impressiona. Não há quem não perceba entre estes jovens o verdadeiro espírito de Dom Orione. Apesar das instalações dos seminários serem um tanto precárias, a formação é tratada com muita seriedade e o compromisso com os pobres é vivido diariamente. Junto ao postulantado, por exemplo, há atividades com crianças pobres todas as tardes no período pós-escola. Além de reforço escolar os postulantes acompanham as crianças no tocante ao aprendizado do inglês e fornecem a elas pelo menos uma refeição digna no dia. Como se vê, o futuro da Congregação em terras indianas é promissor. Em pouco tempo a presença de estrangeiros por aqui não será mais necessária.
A dinâmica da caridade e o mundo plano
Acredito que a presença orionita em Bangalore, a cidade símbolo deste tal mundo plano, tem algo de profético. Se por um lado o capitalismo se aproveita dos avanços tecnológicos para explorar mão de obra barata em países pobres e assim triplicar seus lucros, por outro nós cristãos devemos nos lançar pelo mundo para fazer a nossa parte. Não cabe a nós diminuirmos as distâncias entre os povos pregando uma doutrina que destrói as peculiaridades de cada povo ou que os domina para daí tirar algum proveito. Ao contrário, seguindo os ensinamentos de Jesus, devemos nos propor a aproximarmos os povos pela caridade, pois esta, como uma moeda de ouro, tem valor em todo lugar. É por isso que Bangalore é o sinal maior de que Dom Orione sonha em chegar a este vasto oriente onde bilhões de pessoas nunca ouviram falar de Jesus. É uma vergonha para nós ocidentais o fato de que o “evangelho” da exploração tenha chegado antes do Evangelho de Cristo a estas terras. Porém, nunca é tarde para se fazer o bem.
Mudando a ótica: por um novo mundo plano
Thomas Friedman conclui que a partir do fenômeno que se constatou aqui em Bangalore o mundo se achatou e ficou plano. Com este achatamento os pequenos podem começar a pensar grande e com isso, ainda segundo Friedman, uns três bilhões de excluídos encontrariam um lugar neste mundo mais nivelado. Segundo meu pessimismo sempre de plantão, todavia, eu tenho lá minhas dúvidas. Parece-me que seriam mais três bilhões de pessoas para serem exploradas por uma meia dúzia de bilionários que, na verdade, seriam os únicos a saírem ganhando no final. Mas como não se paga nada para acreditar, vou depositar nesta história uma de minhas fichas de esperança. As outras, entretanto, aposto no evangelho e na caridade. Andando pelas ruas de Bangalore tenho visto muita riqueza em contraste com uma pobreza absoluta e diante dela meu papel é o de mudar a ótica do pensamento de Friedman. Teimo em pensar que os pobres não devem ficar ricos, mas sim que os ricos devem ficar mais pobres. E isto se concretizará na partilha do pão. Não há teoria marxista ou capitalista que ultrapasse a beleza da partilha e da caridade. Uma vez em Bangalore, portanto, nós orionitas podemos transformar esta cidade em um pólo “exportador” de caridade.
Conclusão
A Índia é um país fascinante. Aqui, Gandhi e Madre Tereza de Calcutá viveram e mostraram ao mundo que sonhar com a paz é possível. E nesta perspectiva, uma coisa é-me certa: nossa presença em Bangalore é sinal de que os Filhos da Divina Providência são chamados a planificar o mundo. Peço licença a Friedman para usar esta imagem de um mundo plano, onde as distancias e diferenças seriam superadas, em favor do evangelho. A caridade, e só a caridade, será capaz de fazer do mundo este lugar onde todos os seres humanos sentir-se-iam realmente próximos uns dos outros. E uma vez vivendo como irmãos, já não mais haveria entre nós qualquer característica que nos fizesse diferentes, ao mesmo tempo em que iguais não seríamos. É a loucura do amor... Dom Orione sabia o que estava sonhando. Nossa missão em Bangalore está mais clara e evidente do que nunca. A imagem de povos de todas as raças e culturas sob o manto materno de Maria está mais perto de se concretizar a cada dia. A caridade, e somente a caridade, unirá o mundo!
Cl. Clayton da Silva Munhoz, FDP
Bangalore, 12 de março de 2009
Festa de São Luis Orione
Introdução
Já se contam sete dias desde que cheguei à Índia para um período de experiência missionária de dois anos. Depois de uma longa viagem com mais de vinte horas de duração desde São Paulo até Bangalore, com uma escala em Paris, só agora tenho me adaptado ao fuso horário de oito horas de diferença com relação à Brasília. Durante o vôo, olhando a imensidão do mundo, lembrei-me daquele sonho de Dom Orione onde todos os povos e raças estavam unidos debaixo da proteção de Maria. Aqui chegando, deparei-me com uma cena similar. A Índia é uma sociedade tão pluralista, multilingue e multi-étnica que chegou a me assustar. Diante dela não poderia encontrar outra palavra para descrever o que senti senão “desafio”, pois uma honesta compreensão de sua complexidade exigiria um mergulho de corpo e alma na cultura deste povo. Porém, ainda assim, me proponho a algumas breves considerações sobre ela a fim de ilustrar um pouco esta realidade com a qual me deparei e que desafia a todos aqueles que por aqui ousam se aventurar.
O mundo é plano
Antes de iniciar, todavia, quero falar sobre um tema que a princípio pode parecer não ter nenhuma ligação com minha missão em terras indianas: a teoria do mundo plano. Em seu livro “O mundo é plano” o escritor Thomas Friedman descreve de forma objetiva as mudanças que vem ocorrendo no mundo atualmente, especialmente no que diz respeito ao progresso tecnológico da última década que reduziu bastante a distancia entre os indivíduos mundo afora. Segundo o autor, a tecnologia (leia-se internet) possibilitou um novo modo de produção com muita colaboração de conhecimento e a partir de novos fluxos de trabalho a distância que reduziram custos e incluíram povos até então excluídos do capitalismo tradicional no novo mundo tecno-capitalista. Porém, não é isso o que nos interessa, o que importa saber é que Bangalore é a vedete deste tal mundo plano, o que explicarei logo adiante.
A Índia
Juntamente com Brasil, Rússia e China, a Índia compõe o que os capitalistas costumam chamar de “BRIC´s”, iniciais destes que são os países emergentes que mais crescem no mundo hoje. Começar com esta comparação é importante para salientar que ainda que a Índia seja uma terra de prosperidade com um nível de crescimento econômico que beira os dois dígitos, a maioria de sua população ainda vive na miséria e sofre de má nutrição e analfabetismo. Em outras palavras, este crescimento econômico que fez da Índia a décima segunda economia do mundo em termos de caixa de câmbio de mercado promove a exclusão e a desigualdade tal como acontece no Brasil, ainda que em terras tupiniquins seja bem menos alarmante. Este largo crescimento econômico, segundo Thomas Friedman, fez com que a Índia se tornasse “para a cadeia mundial de fornecimento de conhecimento e serviços o que a China e Taiwan são para a de manufaturas”, ou seja, aqui se concentram mais prestadoras de serviços do que fábricas propriamente ditas. E nesta perspectiva de exportação não só de produtos, mas também de serviços que vem marcando uma nova era na economia global, que passo a falar sobre a cidade que me acolhe, Bangalore.
A cidade de Bangalore
Bangalore é a capital e maior cidade do estado de Karnataka, ao sul da Índia. Tem cerca de seis milhões de habitantes, o que faz dela uma cidade mediana num contexto de mais de um bilhão de indianos. Nos últimos anos Bangalore tem passado por um forte crescimento, ainda que um tanto desordenado. Por todo lado vêem-se prédios e condomínios em construção. Muitos deles em locais aonde nem sequer o asfalto chegou e a vizinhança não passa de muitos casebres rodeados por lixões onde as vacas pastam e se alimentam. É conhecida como “vale do silício” indiano por abrigar centenas de empresas de alta tecnologia, dentre as quais se destaca a Infosys, a Microsoft local, que alcança todo ano mais de um bilhão de dólares em faturamento. Boa parte dos chips dos celulares usados pelos brasileiros são fabricados aqui e com certeza quem viaja de avião já teve sua bagagem rastreada por uma empresa de Bangalore, ainda que a companhia aérea não tenha vôos para cá.
Bangalore e o mundo plano
No quadro de desenvolvimento da Índia Bangalore encontra um lugar especial. O fenômeno ocorrido aqui é chamado de “o milagre de Bangalore”. Com o advento da internet e das redes de informação entre as varias empresas do mundo houve uma convergência: hoje é possível trabalhar para uma empresa dos EUA, prestando serviço aos americanos, estando aqui na Índia. Como exemplo, estima-se que cerca de 400 mil declarações de imposto de renda de americanos foram feitas na Índia em 2005. Os advogados americanos acabam focando em serviços de maior valor agregado, pois a parte mais braçal está sendo terceirizada. Bangalore abriga ainda inúmeras empresas prestadoras de serviço para diversos países. Cerca de 245 mil indianos atendem ligações de todas as partes do mundo em firmas de call Center. Esses são alguns exemplos que ilustram a tese de que o mundo hoje é plano. Não há mais “distância” que não possa ser superada. A tendência mundial, segundo Friedman, é que tudo estará mais próximo e a cada dia que passa os seres humanos vão ficando mais iguais.
Dom Orione na Índia
Nossa presença em Bangalore remonta a seis anos. Neste primeiro momento, a missão orionita aqui consiste em trabalhar pela seara vocacional. Existem centenas de congregações religiosas na Índia e aquelas que conseguem ordenar seus primeiros padres nativos ganham uma grande vantagem em relação às demais porque podem começar a trabalhar na pastoral paroquial. O fato é que não se pode ter uma paróquia na Índia sem falar um dos tantos idiomas locais. Somente o inglês não basta. Para se ter uma idéia da babel que é a índia, são vinte e oito idiomas oficiais. Aqui em Bangalore se fala pelo menos quatro línguas contando o inglês. Por isso, é imprescindível ter um padre indiano. E nós já estamos perto de alcançar esta graça. Temos hoje 19 aspirantes, 4 postulantes, 1 noviço, 4 filósofos, 2 tirocinantes e 3 teólogos. Mas não é só o número que impressiona. Não há quem não perceba entre estes jovens o verdadeiro espírito de Dom Orione. Apesar das instalações dos seminários serem um tanto precárias, a formação é tratada com muita seriedade e o compromisso com os pobres é vivido diariamente. Junto ao postulantado, por exemplo, há atividades com crianças pobres todas as tardes no período pós-escola. Além de reforço escolar os postulantes acompanham as crianças no tocante ao aprendizado do inglês e fornecem a elas pelo menos uma refeição digna no dia. Como se vê, o futuro da Congregação em terras indianas é promissor. Em pouco tempo a presença de estrangeiros por aqui não será mais necessária.
A dinâmica da caridade e o mundo plano
Acredito que a presença orionita em Bangalore, a cidade símbolo deste tal mundo plano, tem algo de profético. Se por um lado o capitalismo se aproveita dos avanços tecnológicos para explorar mão de obra barata em países pobres e assim triplicar seus lucros, por outro nós cristãos devemos nos lançar pelo mundo para fazer a nossa parte. Não cabe a nós diminuirmos as distâncias entre os povos pregando uma doutrina que destrói as peculiaridades de cada povo ou que os domina para daí tirar algum proveito. Ao contrário, seguindo os ensinamentos de Jesus, devemos nos propor a aproximarmos os povos pela caridade, pois esta, como uma moeda de ouro, tem valor em todo lugar. É por isso que Bangalore é o sinal maior de que Dom Orione sonha em chegar a este vasto oriente onde bilhões de pessoas nunca ouviram falar de Jesus. É uma vergonha para nós ocidentais o fato de que o “evangelho” da exploração tenha chegado antes do Evangelho de Cristo a estas terras. Porém, nunca é tarde para se fazer o bem.
Mudando a ótica: por um novo mundo plano
Thomas Friedman conclui que a partir do fenômeno que se constatou aqui em Bangalore o mundo se achatou e ficou plano. Com este achatamento os pequenos podem começar a pensar grande e com isso, ainda segundo Friedman, uns três bilhões de excluídos encontrariam um lugar neste mundo mais nivelado. Segundo meu pessimismo sempre de plantão, todavia, eu tenho lá minhas dúvidas. Parece-me que seriam mais três bilhões de pessoas para serem exploradas por uma meia dúzia de bilionários que, na verdade, seriam os únicos a saírem ganhando no final. Mas como não se paga nada para acreditar, vou depositar nesta história uma de minhas fichas de esperança. As outras, entretanto, aposto no evangelho e na caridade. Andando pelas ruas de Bangalore tenho visto muita riqueza em contraste com uma pobreza absoluta e diante dela meu papel é o de mudar a ótica do pensamento de Friedman. Teimo em pensar que os pobres não devem ficar ricos, mas sim que os ricos devem ficar mais pobres. E isto se concretizará na partilha do pão. Não há teoria marxista ou capitalista que ultrapasse a beleza da partilha e da caridade. Uma vez em Bangalore, portanto, nós orionitas podemos transformar esta cidade em um pólo “exportador” de caridade.
Conclusão
A Índia é um país fascinante. Aqui, Gandhi e Madre Tereza de Calcutá viveram e mostraram ao mundo que sonhar com a paz é possível. E nesta perspectiva, uma coisa é-me certa: nossa presença em Bangalore é sinal de que os Filhos da Divina Providência são chamados a planificar o mundo. Peço licença a Friedman para usar esta imagem de um mundo plano, onde as distancias e diferenças seriam superadas, em favor do evangelho. A caridade, e só a caridade, será capaz de fazer do mundo este lugar onde todos os seres humanos sentir-se-iam realmente próximos uns dos outros. E uma vez vivendo como irmãos, já não mais haveria entre nós qualquer característica que nos fizesse diferentes, ao mesmo tempo em que iguais não seríamos. É a loucura do amor... Dom Orione sabia o que estava sonhando. Nossa missão em Bangalore está mais clara e evidente do que nunca. A imagem de povos de todas as raças e culturas sob o manto materno de Maria está mais perto de se concretizar a cada dia. A caridade, e somente a caridade, unirá o mundo!
Cl. Clayton da Silva Munhoz, FDP
Um comentário:
parabéns pela coragem e entusiasmo, baita experiência, ótimo texto!
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