No vídeo "Cheiro do mato" que vc tem o dever de assistir, Fátima Guedes canta: "mais boquiabertos que meus 20 anos indóceis e livres como eu". Confira.
Cheiro do Mato lembra infância, terra molhada, bando de pássaros no fim da tarde na roça. Lembra também o cheiro da comida da mãe feita no fogão de lenha e a rede na varanda... Lembra poesia. O mundo precisa de mais poesias...
O amor quando se revela
O amor, quando se revela, Não se sabe revelar. Sabe bem olhar p'ra ela, Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente Não sabe o que há de dizer. Fala: parece que mente... Cala: parece esquecer...
Ah, mas se ela adivinhasse, Se pudesse ouvir o olhar, E se um olhar lhe bastasse P'ra saber que estão a amar!
Mas quem sente muito, cala; Quem quer dizer quanto sente Fica sem alma nem fala, Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe O que não lhe ouso contar, Já não terei que falar-lhe Porque lhe estou a falar... Fernando Pessoa
Um comentário:
Cheiro do Mato lembra infância, terra molhada, bando de pássaros no fim da tarde na roça. Lembra também o cheiro da comida da mãe feita no fogão de lenha e a rede na varanda... Lembra poesia.
O mundo precisa de mais poesias...
O amor quando se revela
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
P'ra saber que estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
Fernando Pessoa
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