terça-feira, 21 de dezembro de 2010

E o Verbo se fez carne

(Cantatas de Natal em Rio Claro, SP)

E o Verbo se fez carne (Jo 1, 14)

Diácono José Luiz Sauer Teixeira

O prólogo do Evangelho segundo João (1,1-18) deixa evidente que antes da criação, o Filho de Deus existia e estava com Deus e em Deus desde toda a eternidade independentemente e antes de sua aparição corporal. O Verbo aparece essencialmente como mediador exclusivo entre Deus e o mundo, onde o Deus inatingível e oculto, do qual ninguém pode chegar a saber coisa alguma, faz-se presente exclusivamente através desse Verbo encarnado compreendido dependentemente do Espírito.

Com isso, Deus se vê totalmente no Verbo e o Verbo é a imagem de Deus, em que ambos estão em contínua relação de amor dado no Espírito. E o Verbo se fez carne no tempo e no espaço, pois Deus na sua infinita bondade, misericórdia e fidelidade quis inserir os homens no plano da salvação. O Verbo, que é a manifestação da totalidade de Deus, veio para tornar filhos de Deus toda a humanidade. Sabe-se que um só é o Filho de Deus (na origem), porém todos podem tornar-se filhos adotivos pelo ato de liberdade da criatura ao chamado a participar da vida de Deus.

Assim, o sinal distintivo da fé cristã está baseado na fé em Jesus como Filho de Deus encarnado, que é o verdadeiro dom total do Pai e é o único que pode falar de Deus Pai, porque comunica o amor, a compaixão e a fidelidade do Deus que concede a vida para a humanidade. Assim, os mundos antagônicos de Deus e do homem se confundem numa mesma história, pois Jesus é o Verbo de Deus encarnado na história que torna a garantia da história da salvação.

Em suma, Deus desceu das alturas da sua riqueza e da sua glória e foi até ao abismo das misérias e humilhações humanas para revelar e oferecer todo o seu amor; assumiu a natureza humana para fazer cada ser humano participante da sua natureza divina. A descida de Deus é que possibilita a subida do homem para se cumprir o desígnio da salvação.

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